Pontão da Fortaleza: um visual bruto, selvagem e inesquecível

O Pontão da Fortaleza é um daqueles lugares que surpreendem até quem acha que já conhece tudo em Ubatuba. Escondido na região sul da cidade, ele guarda uma das paisagens costeiras mais bonitas do litoral paulista. Para quem gosta de trilha, pedras impressionantes, mergulho ou escalada, o destino é praticamente obrigatório.

Onde fica o Pontão da Fortaleza?

O Pontão da Fortaleza está ao lado da Praia da Fortaleza, uma das mais tranquilas da região sul de Ubatuba. Para chegar até lá, o acesso é feito pela rodovia Rio-Santos (BR-101), na altura do km 68. Não há placas grandes nem sinalizações exageradas, e talvez por isso mesmo o local ainda preserve aquele ar de segredo bem guardado, longe da correria das praias mais populares.

Como chegar ao Pontão da Fortaleza?

O trajeto até a Praia da Fortaleza já é, por si só, uma atração à parte. São aproximadamente 8 km de uma estrada estreita e asfaltada, com curvas acentuadas, subidas e descidas constantes. Apesar da exigência ao volante, o percurso compensa com uma vista incrível do mar, rodeado por mata atlântica bem preservada.

Durante o caminho, passamos por outras praias menores e igualmente bonitas: Dura, Brava do Sul, Praia dos Arquitetos, Praia do Costa e Brava da Fortaleza. É como se cada curva revelasse uma nova paisagem, até finalmente se chegar ao destino principal. A sensação de isolamento e contato com a natureza é evidente desde o início.

Início do trajeto para o Pontão da Fortaleza

Assim que se chega à Praia da Fortaleza, o caminho para o Pontão começa no canto direito da faixa de areia. Em dias de maré baixa, dá para caminhar até a Prainha da Fortaleza pela própria areia, num trajeto fácil e bonito. A prainha é pequena e bem protegida, ideal para mergulho, graças à presença de muitas pedras, formações de corais e peixes coloridos que nadam perto das pedras. Quem leva máscara e snorkel dificilmente se arrepende.

Agora, se a maré estiver alta, ainda dá para continuar, mas por uma trilha curta. O acesso começa com a subida de uma grande pedra, e a partir dali o trecho leva até a Prainha sem grandes dificuldades. Basta ter um pouco mais de atenção por causa da umidade e do terreno rochoso.

A trilha para o Pontão da Fortaleza

Depois da Prainha, vem o trecho final da caminhada. É uma trilha aberta, curta — de 10 a 12 minutos — e considerada fácil, sem obstáculos muito complicados. O único ponto que merece atenção é uma bifurcação no caminho. Nela, é preciso seguir pela esquerda para chegar ao Pontão.

Se, por engano, seguir pela direita, você acaba entrando no início da Trilha das 7 Praias, que vai até a Praia da Lagoinha passando por Cedro do Sul, Deserto, Bonete, entre outras. É outro belo roteiro, mas completamente diferente da proposta do Pontão.

Como é o Pontão da Fortaleza?

Chegando ao destino, a recompensa salta aos olhos. O Pontão da Fortaleza impressiona com sua formação costeira completamente tomada por pedras gigantescas, em formatos que mais parecem esculturas naturais. Algumas dessas pedras se empilham como se alguém tivesse colocado uma a uma ali, de forma milimétrica.

Entre elas, um conjunto se destaca e até ganhou nome próprio: Pedra da Tartaruga. O apelido vem do formato peculiar, que lembra uma tartaruga em posição de descanso sobre as rochas.

Esse cenário atrai não só turistas e curiosos, mas principalmente praticantes de Boulder — uma modalidade de escalada feita em pedras de pequeno e médio porte, sem uso de cordas. O local é tão relevante para esse esporte que anualmente recebe uma competição tradicional, reunindo atletas de vários cantos do Brasil e também do exterior. As rochas do Pontão desafiam escaladores experientes, com rotas variadas e visual de tirar o fôlego.

Mas não é só quem escala que aproveita. O Pontão é um bom lugar para sentar, observar o mar batendo nas pedras, tirar fotos e simplesmente ficar em silêncio. Não tem quiosques, música alta, nem infraestrutura comercial. É só natureza, pedra, mar e vento — e é justamente isso que o torna especial.

Com vista panorâmica da costa, o lugar também é procurado por quem gosta de contemplar o pôr do sol. A posição elevada das pedras permite uma visão ampla, perfeita para fechar o dia com uma imagem que parece ter saído de um cartão postal.

Em dias de mar calmo, alguns visitantes ainda aproveitam para nadar por ali ou mesmo se arriscar em pequenos saltos das pedras mais baixas. Mas vale reforçar: não há salva-vidas nem estruturas de apoio. Todo cuidado é pouco. O ideal é visitar o Pontão em dias de tempo firme e maré controlada, sempre calçado adequadamente e levando água, protetor solar e lanche leve.

O que é Boulder?

O Boulder é uma modalidade de escalada praticada sem o uso de cordas, focada em blocos de pedras com até 6 metros de altura. A proposta é resolver movimentos curtos, porém muito técnicos e exigentes, usando apenas o corpo e a estratégia do escalador. Ao invés de “vias”, como na escalada esportiva, os trajetos são chamados de “problemas de boulder”, justamente pelo nível de desafio envolvido em cada sequência de movimentos.

Como praticar com segurança? 

  • ✔️ Sapatilhas: calçados específicos que garantem aderência e precisão nos apoios.
  • ✔️ Magnésio: usado nas mãos para evitar suor e garantir melhor grip.
  • ✔️ Crash pad: colchão portátil que amortece quedas e reduz o risco de lesões.
  • ✔️ Spotter: segurança de corpo que ajuda o escalador a cair corretamente sobre o crash pad.
Importante: Mesmo com o crash pad, quedas mal posicionadas podem causar lesões. Por isso, a presença do spotter é essencial em qualquer sessão de boulder.

Tire suas dúvidas sobre o esporte 

  • Escalada em blocos baixos, sem cordas
  • Movimentos curtos, difíceis e técnicos
  • Trajetos são chamados de “problemas”
  • Equipamentos essenciais: sapatilha, magnésio, crash pad e spotter
  • Altura dos blocos: geralmente até 6 metros
  • Modalidade comum em regiões de rochas e paredões costeiros

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