Quem busca um destino com visual intocado, mar calmo e bom para mergulho, vai encontrar tudo isso na Ilha das Couves. Localizada no extremo norte de Ubatuba, já perto da divisa com o Rio de Janeiro, ela combina o básico do que muita gente procura: tranquilidade, acesso por barco e uma paisagem que parece de outro país.

A ilha é conhecida pelas suas praias de águas transparentes e trilhas curtas em meio à Mata Atlântica. Apesar de não ter infraestrutura completa, ela oferece exatamente o que promete: uma experiência de contato direto com a natureza.

Onde fica a Ilha das Couves?

A Ilha das Couves está inserida no arquipélago de mesmo nome, no último trecho do litoral paulista antes da divisa com Paraty. A região é conhecida por sua vegetação preservada e águas calmas, com uma coloração que lembra destinos caribenhos.

Além da Ilha das Couves, fazem parte do arquipélago a Ilha Comprida, Ilha Rapada, Ilha da Pesca, Ilha da Selinha e outros ilhotes e parcéis. Toda essa área pertence à Área de Proteção Marinha do Litoral Norte e está sob gestão da Superintendência de Patrimônio da União.

Como chegar à Ilha das Couves?

A forma mais direta de chegar até a ilha é a partir da Praia de Picinguaba. Dali saem barcos operados pela Associação dos Barqueiros e Pescadores de Picinguaba (ABPP), com trajeto que leva cerca de 15 minutos até a ilha. Também existem passeios de lancha e escuna saindo de outros pontos do litoral de Ubatuba, como a Praia do Estaleiro, Ubatumirim, Almada e até mesmo da região central, na Praia do Itaguá.

O tempo de navegação varia conforme o local de embarque, mas todos os trajetos oferecem vistas impressionantes da costa e do mar. Vale lembrar que há limite diário de visitantes para garantir a preservação da ilha, então é importante se programar e agendar o passeio com antecedência, principalmente em períodos de alta temporada.

Como são as praias da Ilha das Couves?

A ilha abriga duas praias principais: a Praia de Terra e a Praia de Fora. A primeira, com cerca de 100 metros, é o ponto de desembarque dos barcos e onde está localizado o único quiosque da ilha. A segunda é mais extensa, com aproximadamente 250 metros, e pode ser acessada por uma curta trilha.

As duas praias são cercadas por costões, com trechos de areia clara e vegetação nativa. O mar é calmo, raso e de águas cristalinas, tornando o ambiente ideal para banho e prática de mergulho livre. Mesmo com a presença de visitantes, o clima da ilha se mantém tranquilo, sem grandes aglomerações, graças ao controle de acesso.

Trilha de fácil acesso

Uma trilha curta e bem marcada conecta a Praia de Terra à Praia de Fora. O percurso leva, em média, sete minutos e pode ser feito com tranquilidade por pessoas de todas as idades. A trilha é plana, cercada pela mata e oferece trechos com sombra natural.

Já a Praia de Fora oferece outra trilha adicional, que leva até um costão com vista para o ilhote próximo. Quem quiser continuar o passeio pode seguir pela subida até o mirante, de onde se tem uma vista ampla da ilha e do oceano. Essa caminhada é um pouco mais longa, mas ainda acessível para a maioria dos visitantes.

Como é a estrutura da Ilha das Couves?

A estrutura da ilha é mínima, com foco total na preservação ambiental. Existe apenas um quiosque simples na Praia de Terra, que funciona em períodos de maior movimento, como feriados e fins de semana. Ali é possível encontrar bebidas, lanches e refeições simples.

Por não haver banheiros, energia elétrica ou fornecimento de água potável, é importante que o visitante vá preparado. Levar água, protetor solar, lixo de volta e manter o respeito ao ambiente são atitudes básicas para quem deseja aproveitar o passeio com responsabilidade. Além disso, é proibido acampar ou passar a noite na ilha.

Nos últimos anos, medidas foram implementadas para reduzir o impacto ambiental causado pelo aumento do turismo. Entre elas estão a limitação de barcos por horário, número máximo de pessoas e horários definidos para permanência na ilha.

Como é o mar da Ilha das Couves?

O mar ao redor da Ilha das Couves é um espetáculo à parte. A transparência da água permite enxergar o fundo com facilidade, e a profundidade, que pode chegar até 15 metros, torna a região perfeita para a prática de mergulho. Com snorkel simples, já é possível observar cardumes de peixes, corais, esponjas e até tartarugas.

Entre os pontos mais conhecidos para mergulho estão a paredinha das miriquites, o parcelzinho, o costão de fora, a face oeste do ilhote das Couves e o recreio das borboletas. A diversidade marinha é rica: garoupas, arraias, budiões, frades, borboletas, salemas e outras espécies menores fazem parte do cenário.

Na face sul da ilha, é comum ver peixes maiores em passagem, como robalos, enchovas, caranhas e cavalas. Esses pontos exigem mais atenção, tanto pela profundidade quanto pelas correntes que, em algumas áreas, são mais fortes — principalmente no pequeno canal entre a ilha principal e o ilhote próximo. Por isso, o uso de colete salva-vidas e orientação adequada são recomendados.

Conheça o Arquipélago das Couves

O arquipélago onde está localizada a Ilha das Couves é o último do estado de São Paulo antes do litoral fluminense. Ele é formado por diversas ilhas e formações rochosas, com destaque para a Ilha Comprida, Ilha da Pesca, Ilha Rapada e a Ilha da Selinha. Essas formações são protegidas por lei e estão inseridas na Área de Proteção Marinha do Litoral Norte (APAMLN).

A Ilha das Couves tem um formato alongado no sentido norte-sul e uma geografia marcada por costões e vegetação rasteira nas encostas. A parte central da ilha é mais larga e abriga as praias e trilhas.

Ao todo, são 58 hectares de território insular, localizados a cerca de 2,3 km da costa continental. Todo o entorno é considerado sensível, tanto por sua fauna marinha quanto pelas condições geológicas e climáticas.

Essa proteção especial significa que qualquer atividade turística precisa seguir diretrizes ambientais. Por isso, a visita deve ser feita com consciência e atenção às normas locais.

Como foi escolhido o nome Ilha das Couves?

A história do nome da ilha tem origem em um de seus antigos proprietários. O sobrenome da família “Couves” deu origem ao nome Ilha dos Couves, que com o tempo foi simplificado para Ilha das Couves. Há também histórias locais que explicam a origem do nome da “Toca da Velha”, uma gruta na ilha.

Segundo uma versão popular, uma senhora da família Couves usava essa fenda na pedra para vender água e farinha aos pescadores que atracavam na região durante dias de mar agitado. O local ficou conhecido por conta dessa figura e passou a ser chamado de Toca da Velha.

Já outra versão diz que o nome tem a ver com a aparência da gruta, com paredes enrugadas que lembram a pele de uma pessoa idosa.

Seja qual for a explicação verdadeira, essas histórias ajudam a manter viva a memória da ilha e reforçam o vínculo entre a natureza e a cultura local.

Enfim, a Ilha das Couves é um dos lugares mais bonitos de Ubatuba — e não é à toa. Mesmo com visita controlada e estrutura limitada, ela entrega exatamente o que promete: mar cristalino, trilhas leves, visual deslumbrante e paz. É um passeio perfeito para quem quer fugir da rotina, mergulhar, relaxar e se reconectar com a natureza.

A experiência é simples, mas completa. E justamente por isso, encanta. Ao visitar a Ilha das Couves, leve tudo o que for necessário para o seu conforto e segurança, respeite o tempo de permanência e, acima de tudo, preserve cada pedaço desse lugar que continua sendo um dos tesouros mais bem guardados do litoral paulista.

Michelle Souza

Sou Michele, apaixonada por ecoturismo e por tudo o que envolve aventura e natureza. Ubatuba é meu playground e, ao longo dos anos, explorei os melhores lugares para trilhas, mergulho, surf, rapel e tantos outros esportes ao ar livre.

Mas não basta só conhecer os destinos — saber como chegar com segurança, o que levar e quais cuidados tomar faz toda a diferença. Por isso, compartilho dicas práticas para que você evite imprevistos e aproveite cada momento ao máximo. Quero que sua viagem a Ubatuba seja memorável, cheia de descobertas e conexão real com a natureza!