Este guia revela as principais informações sobre afogamento no mar. Em primeiro lugar, você descobrirá quais são os tipos de turistas que mais se afogam nas praias. Depois, revelamos algumas dicas práticas e didáticas para se proteger. Por fim, voocê confere quais são as praias de Ubatuba que merecem atenção redobrada.
Esse assunto, aliás, é extremamente importante, uma vez que a cada 90 minutos, uma pessoa morre afogada no Brasil, de acordo com SOBRASA – Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático. Portanto, confira as nossas orientações e proteja-se com segurança.
Quais são os tipos de turistas que mais se afogam?
O afogamento é um risco presente em praias, rios, lagos e até piscinas domésticas. Apesar de parecer um acidente aleatório, ele costuma atingir determinados perfis com mais frequência. Conhecer quem são essas pessoas ajuda a prevenir tragédias, orientar melhor os banhistas e tomar decisões mais seguras no dia a dia.
A seguir, veja os principais grupos que lideram as estatísticas de afogamento — e os motivos por trás dessa vulnerabilidade.

Crianças pequenas
As crianças, especialmente entre 1 e 4 anos, estão entre as maiores vítimas de afogamento. Em muitos casos, o acidente acontece de forma silenciosa e em poucos segundos — muitas vezes sem que um adulto perceba.
A curiosidade natural, a falta de noção de perigo e a baixa estatura tornam os pequenos extremamente vulneráveis, inclusive em locais onde a água é rasa. Piscinas sem proteção, baldes cheios e tanques de lavar roupa são armadilhas comuns em casa.
Além da supervisão constante, barreiras físicas (como cercas ao redor da piscina) e ensino de noções básicas de flutuação ajudam a reduzir o risco.
Homens adultos
Homens entre 15 e 45 anos representam uma parcela significativa dos afogamentos em ambientes naturais, como mares, rios e cachoeiras. A maioria desses acidentes está ligada à autoconfiança excessiva, consumo de álcool ou comportamentos de risco.
Muitos desses casos envolvem saltos em locais desconhecidos, natação em áreas sem vigilância ou tentativa de atravessar trechos perigosos sem equipamento adequado. A ideia de que “sabem nadar bem” leva à exposição a situações nas quais o preparo físico, por si só, não é suficiente.
Turistas e pessoas não familiarizadas com o local
Quem não conhece bem o ambiente aquático corre mais riscos. Turistas, por exemplo, podem ignorar as particularidades de uma praia — como a presença de correntes de retorno, buracos na areia ou mudanças bruscas de maré.
Por não saberem interpretar bandeiras de sinalização ou não conhecerem os pontos seguros para banho, esses visitantes estão mais propensos a se colocarem em situações de perigo sem perceber.
Pessoas com medo ou sem habilidade de natação
O medo excessivo da água, curiosamente, também pode ser um fator de risco. Em uma situação de pânico, a pessoa perde o controle da respiração, gasta muita energia e afunda rapidamente. Isso é comum entre aqueles que não sabem nadar ou que nunca praticaram flutuação básica.
A recomendação para quem tem pouca familiaridade com a água é evitar áreas profundas, usar coletes salva-vidas e, se possível, fazer aulas de adaptação ao meio aquático.
Idosos e pessoas com problemas de saúde
Embora representem um número menor de casos, os idosos têm risco elevado quando há problemas de equilíbrio, pressão arterial ou doenças cardíacas. Um mal súbito dentro da água pode levar ao afogamento, mesmo em locais rasos.
Além disso, a perda de força muscular e de reflexos dificulta a reação em situações emergenciais. Por isso, atividades aquáticas devem ser feitas com supervisão e em locais adequados para o público sênior.
O afogamento no mar não escolhe classe social, idade ou local — mas certos perfis estão mais expostos, seja por falta de atenção, excesso de confiança ou desconhecimento. Portanto, prevenir é sempre mais eficaz do que socorrer. E tudo começa com informação, responsabilidade e respeito pela água.
Como evitar afogamento no mar?
O mar é um convite irresistível para o lazer, a contemplação e o esporte. Mas, por trás da sua beleza e imensidão, ele esconde riscos que muitas vezes são subestimados. Entre os principais perigos, o afogamento é, infelizmente, um dos mais comuns — e também um dos mais evitáveis.
Em outras palavras, aprender como se proteger é tão essencial quando aprender a executar os comandos da natação.
Neste artigo, vamos além do óbvio e reunimos dicas práticas, comportamentais e até psicológicas para evitar o afogamento no mar e transformar cada mergulho em uma experiência segura.
Escolha o local certo para nadar

A primeira regra é simples, mas nem sempre seguida: nade em áreas protegidas por guarda-vidas. Pode parecer tentador buscar praias desertas e mais “exclusivas”, mas elas geralmente não contam com vigilância nem sinalização adequada. As praias mais populares são, em geral, mais seguras justamente porque têm estrutura para atender banhistas em caso de emergência.
Além disso, observe se há bandeiras ou placas indicando condições perigosas, como correnteza forte ou presença de águas-vivas. Sinais vermelhos devem ser levados a sério, mesmo que o mar “pareça calmo”.
Entenda o que são e como agir diante de correntes de retorno
Um dos principais vilões do afogamento no mar é a corrente de retorno — aquele fenômeno que “puxa” a pessoa para dentro do mar, como se o oceano estivesse engolindo quem entra na água. O erro mais comum é tentar nadar de volta para a areia em linha reta. Isso exige um esforço enorme contra a força da água, o que leva rapidamente à exaustão.
A atitude correta é manter a calma e nadar paralelo à faixa de areia, até sair da área da correnteza. Depois disso, sim, você poderá retornar à praia com segurança.
Identificar uma corrente de retorno também é possível: ela costuma deixar uma faixa mais escura ou espumosa no mar, com ondas quebrando menos. Evite esses trechos.
Jamais superestime suas habilidades
Nadar na piscina ou no rio é muito diferente de nadar no mar. As ondas, a salinidade e as correntes exigem mais resistência, mais técnica e, sobretudo, mais cautela. Muitas pessoas afogam-se não por falta de habilidade, mas por excesso de confiança.
Se você não é um nadador experiente, fique onde os pés tocam o chão. E mesmo que seja, pense duas vezes antes de se afastar da costa, principalmente se estiver sozinho.
Evite nadar após refeições pesadas ou sob efeito de álcool
Comida demais e álcool são uma combinação arriscada com água. A digestão exige bastante do corpo e reduz a capacidade física para reagir a situações inesperadas. Já o álcool afeta o equilíbrio, o julgamento e os reflexos — ingredientes perigosos para quem entra no mar.
A recomendação é esperar pelo menos uma hora após uma refeição pesada antes de nadar. E, se for beber, melhor deixar o mergulho para outro momento.
Fique atento às crianças (o tempo todo)
Crianças exigem vigilância constante. Mesmo em áreas rasas, um tropeço ou uma onda mais forte pode ser suficiente para causar um acidente. Dito isso, nunca as deixe sozinhas, nem por alguns segundos. E, se possível, equipe-as com boias apropriadas (aquelas com certificação e que não viram facilmente).
Vale lembrar que as boias são um auxílio, não um substituto da supervisão. O ideal é que um adulto esteja sempre por perto e, de preferência, dentro da água.
Aprenda a flutuar e pratique manter a calma
Saber flutuar é uma das habilidades mais úteis em caso de emergência no mar. A flutuação permite economizar energia, evitar o pânico e manter as vias respiratórias fora da água. O pânico, aliás, é um dos maiores agravantes em situações de afogamento: ele bloqueia o raciocínio e acelera o cansaço.
Logo, se você sentir que está sendo puxado ou que está cansado, tente se manter na horizontal, flutuando com braços abertos e respiração controlada. Isso pode garantir o tempo necessário até a chegada do socorro ou até você recuperar o controle da situação.
Não tente resgatar alguém no improviso
Ao avisar um turista e afogando, recomenda-se que você não tente bancar o herói. Essa prática é recomendada somente para pessoas que têm experiência para lidar com afogamento no mar. Isso porque, afogamentos secundários (quando o socorrista também se afoga) são mais comuns do que se imagina.
O ideal é lançar um objeto flutuante, como uma prancha, isopor ou até uma garrafa pet fechada. Em paralelo, tente chamar o guarda-vidas para que ele pode desenvolver esse trabalho com mais assertividade.
Seja humilde diante do mar
Por fim, vale adotar uma postura de respeito diante do oceano. O mar não é uma piscina com bordas nem um brinquedo inflável — ele é um ambiente dinâmico, poderoso e, por vezes, imprevisível. Observar, escutar e aprender com ele é parte do que torna a experiência de nadar ainda mais rica e segura.
Evitar afogamentos no mar é, acima de tudo, um exercício de atenção, respeito e autoconhecimento. A combinação de atitudes conscientes e informação de qualidade pode salvar vidas — inclusive a sua. Então, na próxima vez que for ao mar, leve com você não apenas sua toalha e protetor solar, mas também a responsabilidade de se cuidar e cuidar dos outros.
Quais são As Praias Mais Propensas a Afogamentos em Ubatuba?
Ubatuba é famosa por sua variedade de praias — são mais de 100, com estilos que vão de enseadas tranquilas a faixas de areia abertas e agitadas, ideais para o surfe. Essa diversidade é um atrativo turístico poderoso, mas também traz um alerta: nem todas as praias são seguras para banhistas, especialmente para os menos experientes. Algumas, inclusive, concentram boa parte dos casos de afogamento no município.
Praias com ondas fortes e mar aberto
As praias de mar aberto, voltadas diretamente para o oceano, são mais suscetíveis a correntes de retorno, ondas grandes e fundões. Em Ubatuba, esse perfil está presente em diversas regiões, especialmente no norte e sul do município.
Dentre elas, destacam-se:
- Praia do Félix

Apesar da beleza estonteante e do mar azul, o lado direito da Praia do Félix costuma ter ondas fortes e correnteza intensa. Muitos visitantes, encantados pela paisagem, ignoram os alertas e se arriscam em trechos que rapidamente ficam fundos. Já o lado esquerdo é mais calmo, ideal para famílias — mas ainda assim requer atenção.
- Praia de Itamambuca
Queridinha dos surfistas, Itamambuca tem ondas quase constantes e correntes que mudam com facilidade. O mar pode parecer “tranquilo” em certos momentos, mas muda de comportamento rapidamente. Por atrair praticantes de esportes e famílias ao mesmo tempo, é comum haver banhistas em áreas que não são apropriadas para nado recreativo.
Praias com corrente de retorno frequente
As correntes de retorno são responsáveis por grande parte dos afogamentos em Ubatuba. Elas “puxam” o banhista de volta para o mar, dando a sensação de que a pessoa está sendo arrastada.
Geralmente, esse formato de corrente é comum em praias com perfil retilínio e que tenham poucas pedras. Nelas, o retorno da água costuma formas alguns canais invisíveis o que dificultam a ação e ficam mais propensos para o afogamento no mar.
- Praia Grande
Essa é uma das praias mais movimentadas de Ubatuba — e também uma das que mais registram ocorrências de afogamento. A combinação de grande número de turistas, ondas fortes e diversas correntes de retorno faz da Praia Grande um ponto crítico. Muitos banhistas não percebem que estão em uma área perigosa até ser tarde demais.
- Praia do Perequê-Açu
Menos agitada que a Praia Grande, mas também extensa e propensa a correntes de retorno, especialmente nos dias de maré alta ou após chuvas fortes. O problema se agrava nos períodos de alta temporada, quando há um aumento de visitantes que não conhecem a dinâmica do mar local.
Praias com fundões e buracos na areia
Algumas praias de Ubatuba têm o que os moradores chamam de “buracos”: pontos na areia onde a profundidade muda de forma abrupta. É como se a pessoa estivesse caminhando na parte rasa e, de repente, pisasse em um degrau invisível. Isso desequilibra até mesmo quem sabe nadar.
- Praia das Toninhas
Toninhas é uma praia bonita e com boa infraestrutura, mas tem regiões com esses buracos naturais, especialmente nas extremidades. Em dias de mar agitado, eles se tornam armadilhas perigosas. Crianças e idosos são os mais vulneráveis.
Portanto, antes de visitar a nossa cidade, conheça as praias de Ubatuba para se proteger e evitar afogamentos no mar, combinado?

Sou Michele, apaixonada por ecoturismo e por tudo o que envolve aventura e natureza. Ubatuba é meu playground e, ao longo dos anos, explorei os melhores lugares para trilhas, mergulho, surf, rapel e tantos outros esportes ao ar livre.
Mas não basta só conhecer os destinos — saber como chegar com segurança, o que levar e quais cuidados tomar faz toda a diferença. Por isso, compartilho dicas práticas para que você evite imprevistos e aproveite cada momento ao máximo. Quero que sua viagem a Ubatuba seja memorável, cheia de descobertas e conexão real com a natureza!