Cachoeira dos 3 Poços: imersão total na natureza de Ubatuba

Quem conhece Ubatuba só pelas praias está perdendo o melhor da experiência. No extremo norte do município, quase na divisa com Paraty, existe uma trilha que leva a um dos lugares mais preservados e surpreendentes da região: a Cachoeira dos 3 Poços. O nome pode parecer simples, mas o cenário que te espera lá não tem nada de básico.

O trajeto até lá mistura floresta densa, águas cristalinas, passagens por território quilombola e dezenas de poços formados pelo rio. O que começa como uma caminhada leve se transforma em uma verdadeira imersão em paisagens pouco tocadas, com quedas d’água, sons da mata e um ritmo que não tem pressa. É natureza viva, do começo ao fim.

Logo abaixo, trouxemos um guia completo que ensina tudo o que você precisa saber sobre a cachoeira, desde a sua localização até formas de acesso. Acompanhe!

📌 Índice do Conteúdo

  • ➡️ Onde fica a Cachoeira dos 3 Poços?
  • ➡️ Como é a trilha da Cachoeira dos 3 Poços?
  • ➡️ Destaques do percurso e curiosidades
  • ➡️ Sobre a Comunidade Quilombola do Camburi
  • ➡️ Erros comuns ao fazer trilhas para cachoeiras

Onde fica a Cachoeira dos 3 Poços?

A Cachoeira dos 3 Poços fica praticamente na divisa de Ubatuba com Paraty. O acesso mais comum é por trilha, e o ponto de partida é a Praia do Camburi, no canto esquerdo. Ali, é preciso atravessar um pequeno córrego de águas calmas antes de entrar definitivamente na trilha que leva até os poços.

Essa região é bastante preservada e, por estar próxima à divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, costuma ser menos movimentada que outras áreas mais centrais de Ubatuba. E isso, por si só, já é um atrativo para quem gosta de lugares mais rústicos, com natureza em estado puro.

🚶‍♂️ Como é a trilha da Cachoeira dos 3 Poços?

  • 🧭 Nível de dificuldade: Trilha leve, com duração média de 30 minutos. Apesar de fácil, o ideal é ter um guia local para contextualizar a área quilombola e garantir segurança.
  • 🌳 Ambiente: Caminho pela Mata Atlântica, com árvores centenárias, sombra natural e paisagens preservadas.
  • 🌊 Travessias: Duas passagens sobre o rio — uma pisando nas pedras e outra por ponte de madeira simples.
  • 💧 Surpresas no trajeto: Pequenas quedas d’água, muitos sons da natureza e mais de 70 poços naturais até chegar aos três principais.
  • 🪨 Destaque: O último poço é o mais profundo e tem uma formação rochosa conhecida como “Pedra do Cachorro”, que lembra o rosto de um cão.
  • 🏞️ Origem das águas: O Rio do Cedro abastece os poços, sendo formado pela Cachoeira da Escada e afluentes da serra.
  • 👣 Presença quilombola: Moradores locais utilizam a trilha no dia a dia, com uma relação de respeito e pertencimento à mata.
  • 📍 Divisão da região: A área do Camburi se divide em Praia, Quilombo, Cabiúna (onde fica a cachoeira) e Roça Grande. “Cabiúna” é também o nome de uma árvore nativa da região.

Erros comuns ao fazer trilhas para cachoeiras

Muita gente encara trilhas para cachoeiras como um simples passeio. Mas tem detalhes que, se ignorados, podem transformar uma caminhada tranquila em um perrengue desnecessário. Aqui vão alguns erros que você deve evitar se for encarar trilhas como a da Cachoeira dos 3 Poços:

Subestimar o terreno

Mesmo quando a trilha é considerada fácil, não significa que seja como caminhar em calçada. Terreno irregular, pedras escorregadias, raízes no caminho e trechos úmidos exigem atenção. É comum ver gente com chinelo de dedo ou tênis liso, escorregando ou torcendo o pé.

Ir sem guia em áreas desconhecidas

Essa trilha passa por território quilombola, com acesso dentro da mata. Muita gente se perde achando que está em “caminho aberto”. Guias locais não só ajudam na segurança como enriquecem o passeio com informações culturais e ambientais que você jamais saberia sozinho.

Levar peso desnecessário

Evite mochilas cheias de coisas que não vai usar. Em outras palavras, leve apenas o essencial: água, repelente, protetor solar, algo leve para comer e, claro, um saquinho para levar de volta o seu lixo.

Sair tarde demais

Mesmo trilhas curtas devem ser feitas com luz natural. A floresta fecha cedo, a visibilidade cai, e o risco de errar o caminho aumenta. O ideal é sempre iniciar a caminhada pela manhã e voltar com tranquilidade antes do fim da tarde.

Desrespeitar o ambiente

Banhar-se no poço é permitido, mas entrar com protetor solar, cremes ou óleos polui a água. Não toque nas formações de musgo, não risque pedras e evite fazer barulho desnecessário. Trilhas e cachoeiras são ambientes de contemplação e respeito.

Ir sem checar a previsão do tempo

Fazer trilha com risco de chuva pode ser perigoso. Um temporal transforma o caminho: o solo fica escorregadio, córregos aumentam de volume e a visibilidade cai. Além disso, áreas de mata fechada podem ficar ainda mais escuras. Sempre confira a previsão antes de sair e evite trilhas em dias de instabilidade climática

Acreditar que celular resolve tudo

Muita gente vai para trilha achando que o GPS e o celular vão guiar o caminho. O problema é que em áreas de mata fechada o sinal costuma ser fraco ou inexistente. Sem internet, sem localização. O ideal é ter um mapa impresso, seguir trilhas sinalizadas ou ir com quem conhece o local. Não confie cegamente na tecnologia.

Ignorar as comunidades locais

A trilha dos 3 Poços atravessa uma área ocupada há séculos por famílias quilombolas. Muitos visitantes não se dão conta disso e agem como se estivessem em espaço público. O ideal é andar com respeito, conversar, aprender com os moradores. Isso muda a experiência e ainda valoriza a cultura local.

Enfim, a Cachoeira dos 3 Poços é mais que uma sequência de paisagens bonitas. É um lugar onde natureza, história e tradição se encontram.

Uma trilha fácil, mas cheia de significado, onde cada poço revela mais do que beleza: revela um modo de vida simples, forte e enraizado. Quem vai até lá não volta só com fotos. Volta com a sensação de ter conhecido um pedaço autêntico de Ubatuba.

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