A visita à Cachoeira da Boa Vista foi uma daquelas experiências que a gente guarda com respeito. Fica na região norte de Ubatuba, dentro da Aldeia Boa Vista, onde vivem os guaranis Mbya. Pra chegar até lá, peguei a Rio-Santos no sentido Ubatuba-Paraty e, antes mesmo de chegar ao acesso da famosa Cachoeira do Prumirim, virei à direita em uma estradinha de terra. São uns 1,5 km de subida bem íngreme até chegar na antiga escola estadual da aldeia.
Como é a Cachoeira da Boa Vista?
O lugar é bem isolado e cercado de mata fechada, daqueles que a gente sente que precisa andar com cuidado, respeitando cada passo. A entrada da trilha fica junto com o caminho principal da aldeia, mas logo a gente vira à direita por uma trilha menor. Em uns cinco minutos, andando devagar por entre as árvores, já dava pra ouvir o som da água.
Quando cheguei, encontrei uma cachoeira pequena, mas cheia de personalidade. As águas são as mesmas que mais embaixo formam a Cachoeira do Prumirim, mas ali em cima tudo é mais tranquilo, quase sem movimento. O visual é muito bonito, com as árvores se fechando em volta e criando aquele climinha de floresta mesmo.

Detalhes sobre a Cachoeira da Boa Vista que não podem ser ignorados
O piso de pedra que forma as quedas é escorregadio, e não tem nenhuma estrutura por perto. Então, fui com bastante calma, observando onde pisava, sem pressa. Vi gente escorregando mesmo indo devagar, então fica o alerta: chinelo aqui não funciona. O ideal é usar uma sandália de trilha ou ir descalço mesmo, se você estiver seguro.
Evitei entrar nos poços mais fundos e nem me atrevi a brincar nos “escorregadores” naturais que a galera costuma tentar usar. O volume da água não era alto, mas depois de chuvas o lugar pode ficar perigoso. Como já tinha chovido alguns dias antes, preferi só molhar os pés e curtir o som e o ambiente.
Ali não tem barulho de carro, não tem estrutura, não tem sinal de celular. Tudo o que se ouve é o som da água e dos bichos da mata. Foi um daqueles momentos em que a gente se sente pequeno, parte da paisagem. A presença da aldeia tá ali perto, e isso traz um peso diferente pro passeio. É uma terra que tem dono, tem história, tem cultura viva.
O que preciso saber antes de conhecer a Cachoeira da Boa Vista?
Pra quem quiser visitar em grupo, é preciso agendar com antecedência com o pessoal da aldeia. O contato da Luiza Keretxu e do Valdecir Wera-Mirim é essencial, porque o espaço é deles e a visita precisa ser respeitosa. Não é lugar pra farra ou bagunça. É lugar pra aprender, observar e sair com a alma um pouco mais leve.
Minha dica é ir num dia de sol, levar água, um lanche leve e ir com tempo. Não tem onde comprar nada por perto, então é bom se preparar. E, por favor, não leve caixa de som, não deixe lixo, não invada o que não foi permitido. É um privilégio poder conhecer um lugar assim, e isso só se mantém se a gente tiver o mínimo de consciência.
No fim das contas, a Cachoeira da Boa Vista é mais que um passeio. É uma experiência de contato direto com a natureza e com uma cultura que resiste. Saí de lá pensando que, se todo mundo pudesse ter esse tipo de vivência, talvez a gente aprendesse a cuidar melhor do que ainda resta intacto.
Resumo: Relato de Visita à Cachoeira da Boa Vista | |
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Localização | Norte de Ubatuba, dentro da Aldeia Boa Vista (Guaranis Mbya) |
Acesso | Pela Rio-Santos, sentido Ubatuba-Paraty. Entrada antes da Cachoeira do Prumirim. Estrada de terra com 1,5 km de subida até a antiga escola da aldeia. |
Ambiente | Isolado, mata fechada, clima de respeito e silêncio. Trilha curta com bifurcação para caminho menor. |
Características | Cachoeira discreta, silenciosa, com água que desce para o Prumirim. Rodeada de vegetação densa. Sem estrutura, terreno escorregadio. |
Recomendações | Ir com sandália de trilha ou descalço. Evitar trechos fundos ou escorregadores. Ir com calma, sem barulho. |
Importância Cultural | Área indígena guarani. Visita deve ser agendada com Luiza Keretxu ou Valdecir Wera-Mirim. Não é espaço público comum. |
Dicas Finais | Levar água, lanche leve, e respeito. Sem lixo, som ou invasão. Sem sinal de celular, nem comércio local. |
Reflexão | Mais que uma trilha ou banho de rio, foi uma experiência de escuta e presença. Contato vivo com natureza e cultura. |

Sou João Gabriel, um apaixonado por planejamento de viagens e por ajudar outras pessoas a aproveitarem ao máximo seus passeios. Quando o destino é Ubatuba, minha missão é dar dicas úteis e práticas para que sua experiência seja incrível, sem surpresas desagradáveis.
Seja escolhendo entre pousadas charmosas ou hotéis com estrutura completa, ou decidindo o melhor período para visitar a cidade de acordo com seu estilo de viagem, estou aqui para compartilhar informações que realmente fazem a diferença. Acredito que uma viagem bem planejada se torna ainda mais especial e o meu objetivo é tornar sua ida a Ubatuba fácil, proveitosa e inesquecível.