Explorar cachoeiras escondidas em Ubatuba sempre foi uma das minhas paixões, e uma das experiências mais marcantes que tive foi na bica d’água que desce direto da Serra do Mar, bem no canto direito da Praia do Simão. Não foi fácil chegar até lá, mas valeu cada passo.
A Praia do Simão, também conhecida como Praia Brava do Frade, fica na região sul de Ubatuba e não é acessível de carro. Existem dois caminhos principais: pela Praia da Lagoa ou pela Praia da Caçandoca. Eu fui pela trilha que começa na Praia da Lagoa, uma caminhada de cerca de 55 minutos pela Mata Atlântica. Apesar do esforço, é um trajeto bonito e com aquele cheiro característico de floresta, cheio de sons de pássaros e folhas secas sob os pés.
Como é a Cachoeira na Praia do Simão?
Quando cheguei na Praia do Simão, a paisagem já me deu aquele impacto. A praia é selvagem, sem quiosques, sem sinal de celular, com areia fofa e mar geralmente mais agitado. Fui direto para o canto direito, onde sabia que estava a cachoeira. Mas é aqui que a atenção precisa ser redobrada.
O acesso até a bica é por uma costeira rochosa que liga a praia até o ponto onde a água despenca da muralha de granito. Se a maré estiver cheia ou o mar estiver “grande”, como dizem os locais, o caminho se torna perigoso. As ondas quebram bem próximas das pedras, então planejar o horário da visita com base na maré é essencial.

Desafios para chegar até a Cachoeira da Praia do Simão
Mesmo com o tempo firme, caminhar na areia fofa em um dia de sol forte foi puxado. Uma dica importante: leve um chinelo ou sandália, porque a areia quente pode literalmente queimar os pés. Eu esqueci esse detalhe e aprendi da pior forma, pulando de sombra em sombra até chegar nas pedras.
A cachoeira é de uma beleza que impressiona. A parede de granito, decorada naturalmente com bromélias, parece uma escultura feita pela natureza. A água vem limpa e fria, direto da Serra do Mar, e escorre por essa muralha com força. Com um pouco de cautela para não escorregar, dá pra se aproximar bastante da queda e tomar um banho revigorante. O barulho da água misturado com o som do mar ao fundo cria uma sensação única.
Cuidados para chegar até a Cachoeira da Praia do Simão
Mas um alerta importante: fique atento ao fenômeno conhecido como cabeça d’água. Mesmo com o tempo firme na praia, se tiver chovido nas cabeceiras dos rios que alimentam a cachoeira, o fluxo de água pode aumentar muito rápido.
Os sinais de que isso está para acontecer são galhos descendo pela água, a cor da água mudando de repente ou começar a chover. Se notar qualquer um desses sinais, saia da água e afaste-se das margens imediatamente.
Levei pouca coisa: água, lanche, protetor solar, chinelo (apesar de ter usado pouco), uma toalha e meu celular dentro de um saco estanque. Não há estrutura nenhuma por lá, então tudo que você levar precisa voltar com você. O lugar merece ser preservado.
O que precio saber antes de ir a Cachoeira da Praia do Simão?
Não recomendaria essa trilha para crianças pequenas ou pessoas com dificuldade de locomoção. A caminhada exige um pouco de preparo, e o trecho final até a cachoeira requer equilíbrio e cuidado. Em dias de chuva, então, nem pense em arriscar.
A melhor época para visitar é entre maio e setembro, quando chove menos e o risco de cabeça d’água é menor. Fora de temporada, além disso, a praia costuma estar vazia, o que torna tudo ainda mais especial. Mas é sempre bom avisar alguém antes de ir, porque ali você está completamente fora da rota convencional.
No fim das contas, a bica d’água da Praia do Simão é uma daquelas joias escondidas de Ubatuba que poucos conhecem. Não tem luxo, não tem conforto, mas tem uma energia crua, selvagem, que só esses lugares preservados oferecem. Eu voltaria com certeza, mas sempre respeitando o tempo, a maré e o ritmo da natureza.
Cachoeira da Praia do Simão – Ubatuba | |
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Localização | Canto direito da Praia do Simão (ou Brava do Frade), região sul de Ubatuba |
Acesso | Trilha de cerca de 55 minutos pela Mata Atlântica, partindo da Praia da Lagoa |
Características da Praia | Selvagem, sem estrutura, areia fofa, mar agitado e sem sinal de celular |
Visual da Cachoeira | Queda de água limpa e fria, descendo por muralha de granito com bromélias |
Cuidados | Maré alta e ondas fortes, risco de escorregões, perigo de cabeça d’água |
Recomendações | Levar chinelo, água, lanche, toalha e celular protegido; ideal para visitantes com preparo físico |
Melhor Época | Entre maio e setembro (menos chuva, menor risco) |

Sou João Gabriel, um apaixonado por planejamento de viagens e por ajudar outras pessoas a aproveitarem ao máximo seus passeios. Quando o destino é Ubatuba, minha missão é dar dicas úteis e práticas para que sua experiência seja incrível, sem surpresas desagradáveis.
Seja escolhendo entre pousadas charmosas ou hotéis com estrutura completa, ou decidindo o melhor período para visitar a cidade de acordo com seu estilo de viagem, estou aqui para compartilhar informações que realmente fazem a diferença. Acredito que uma viagem bem planejada se torna ainda mais especial e o meu objetivo é tornar sua ida a Ubatuba fácil, proveitosa e inesquecível.