Na orla da Praia do Itaguá, em Ubatuba, está uma das praças mais emblemáticas da cidade: a Praça da Baleia. O espaço já foi conhecido por outros nomes no passado, como Praça Dr. Alberto Santos e, originalmente, Praça Santos Dumont. Com o tempo, passou por mudanças que acompanharam a própria transformação urbana e turística da cidade. Hoje, a praça carrega um forte simbolismo, tanto ambiental quanto histórico, e se consolidou como um ponto de visitação para quem passa pela região central do litoral norte paulista.

Por que foi dado o nome de Praça da Baleia?

O nome atual faz referência direta à principal atração da praça: o esqueleto real de uma baleia jubarte, que encalhou morta na Praia Grande de Ubatuba no ano de 2000. O animal foi removido pela Prefeitura e, após um longo processo de preservação, seus ossos passaram a compor uma instalação educativa e simbólica na praça.

A estrutura foi finalmente montada em 2010, quando o local recebeu o nome oficial de Praça da Baleia. Desde então, tornou-se um marco para quem passeia pelo Itaguá, ao lado de outras atrações como o Aquário de Ubatuba e o Projeto TAMAR.

Entenda a importância da Praça da Baleia

O local conta ainda com uma enorme escultura de tartaruga marinha, que serve como convite para a visita ao centro do Projeto TAMAR, logo adiante. Outra referência importante do espaço é a homenagem ao oceanógrafo francês Jacques Cousteau, figura que marcou gerações com suas expedições pelos mares do mundo.

No espaço, existe também uma área de convivência, bancos e jardins, compondo um ambiente tranquilo para descanso e contemplação.

O esqueleto da baleia jubarte: símbolo de educação ambiental

O esqueleto montado no centro da praça é de uma jubarte que apareceu morta na Praia Grande em outubro de 2000. A ossada foi retirada pela Prefeitura Municipal e ficou preservada até que fosse possível montar uma estrutura adequada para sua exposição.

Uma década depois, em 2010, o esqueleto foi instalado na praça, que até então levava o nome de Praça Dr. Alberto Santos. Com a nova atração, o espaço passou a ser conhecido popularmente como Praça da Baleia.

A escolha por manter a ossada exposta ao ar livre tem um significado educativo importante. O esqueleto funciona como ferramenta de conscientização sobre a fauna marinha, os impactos da presença humana nos oceanos e a importância da preservação ambiental.

Para as crianças e os visitantes que passam pela praça, é uma forma de visualização direta da grandiosidade desses animais que habitam as águas brasileiras. A instalação também complementa o circuito de educação ambiental presente no Itaguá, junto ao aquário e ao TAMAR.

Mais detalhes sobre a história da Praça da Baleia

A história da Praça da Baleia é mais antiga do que seu nome atual. O espaço foi construído em 1976, durante a administração do então prefeito Basílio de Moraes Cavalheiro Filho. Naquela época, o nome oficial era Praça Alberto Santos Dumont, uma homenagem ao pioneiro da aviação.

O projeto original da praça foi desenvolvido pelo engenheiro Roberto de Carvalho Rezende, e contava com um busto de Santos Dumont instalado sobre uma base de concreto no formato da cauda de um avião.

Por décadas, o monumento a Santos Dumont foi destaque no local, reforçando a homenagem ao inventor de um dos maiores avanços da humanidade. Em 1991, no governo do prefeito José Nélio de Carvalho, a praça foi oficialmente rebatizada como Praça Dr. Alberto Santos.

A mudança de nome foi uma forma de reconhecer a trajetória de um importante personagem da política local: Dr. José Alberto dos Santos, primeiro prefeito de Ubatuba eleito democraticamente.

Quem foi Dr. José Alberto dos Santos?

Dr. José Alberto dos Santos, conhecido pela população local apenas como Dr. Alberto, nasceu em Ubatuba no dia 18 de agosto de 1890. Era filho do professor Francisco Lourenço dos Santos e de Benedita Inácia Santos. Toda sua ancestralidade era ubatubense, o que reforça seu vínculo com a cidade.

Seus estudos iniciais foram feitos no Colégio Dr. Esteves da Silva, fundado em 1896, um dos primeiros estabelecimentos educacionais do Brasil.

Com o tempo, percebeu que Ubatuba não oferecia condições para quem desejava seguir uma formação acadêmica mais avançada. A cidade vivia uma crise econômica após a abertura do Porto de Santos, que tirou de Ubatuba seu protagonismo comercial.

Por esse motivo, mudou-se para São Paulo, onde se matriculou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, formando-se em 1922. Sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil foi registrada sob o número 495, o que indica sua atuação pioneira na advocacia brasileira.

Dr. Alberto casou-se com Gilda Carneiro Magalhães dos Santos e teve quatro filhos. Sua vida pública começou ao lado dos ideais democráticos que marcaram o período pós-Estado Novo. Participou como soldado das tropas constitucionalistas do Estado de São Paulo durante a revolução contra o regime de Getúlio Vargas.

Em 1947, foi eleito prefeito de Ubatuba pelo voto direto, assumindo o cargo em 1948. Além de ter exercido três mandatos como prefeito, foi vereador duas vezes e chegou a ocupar a presidência da Câmara Municipal.

Sua contribuição para a vida política e institucional de Ubatuba foi ampla. Atuou em momentos decisivos da organização administrativa da cidade, ajudando a estruturar políticas públicas em áreas como educação, saúde e infraestrutura. Faleceu em 17 de setembro de 1982, aos 92 anos, e foi sepultado no Cemitério Municipal Santa Cruz, campa número 3965.

Vale a pena conhecer a Praça da Baleia hoje?

Sim. A Praça da Baleia representa um espaço simbólico onde o passado e o presente se encontram. De um lado, estão as memórias históricas da cidade, materializadas na homenagem a figuras como Santos Dumont e Dr. Alberto. Do outro, está o presente pulsante da consciência ambiental, representado pela estrutura da baleia jubarte e pelas esculturas de animais marinhos que compõem o espaço.

Para quem visita a Praia do Itaguá, a praça é ponto de parada obrigatória. Seja para descansar nos bancos à sombra, tirar fotos junto à ossada da baleia ou iniciar um passeio pelo circuito ambiental do bairro, a Praça da Baleia cumpre bem seu papel como local de convivência e educação.

A manutenção do espaço é feita com apoio do Aquário de Ubatuba, garantindo que a praça permaneça sempre limpa, preservada e acessível.

O espaço também funciona como um lembrete da importância de preservar as espécies marinhas e os ecossistemas costeiros. Em uma cidade que vive do turismo e tem o mar como principal cartão-postal, é fundamental reforçar o vínculo entre lazer e educação ambiental.

A Praça da Baleia faz isso com simplicidade e eficácia, sendo ao mesmo tempo um ponto turístico, um monumento histórico e uma ferramenta de aprendizado.

Bianca Mayer

Vivo e respiro Ubatuba. Mais do que moradora, sou uma exploradora apaixonada, sempre em busca de cantinhos autênticos e histórias que só quem realmente vive a cidade conhece. Não gosto de dicas genéricas e acredito que Ubatuba merece ser descoberta. Compartilho minha experiência real, sem filtros, mostrando que esse paraíso vai muito além do verão.